quarta-feira, 26 de março de 2008

Canários

Reprodução de Canários

O ciclo da reprodução dos canários, desde a postura das ovos até que as crias saiam do ninho, dura cerca de um mês. Durante esse tempo, os pássaros têm de cumprir uma série de obrigações que são reguladas por processos biológicos complicados. Se uma das fases desse processo não se desenrola normalmente, todo o ciclo pode ser perturbado.
Não devemos de maneira nenhuma intervir na sequência natural da reprodução.
É necessário lembrarmo-nos de que os canários são individuais e que têm gostos diferentes. Não podemos portanto tratar todos da mesma maneira, o que aliás se aplica de uma maneira geral à criação de todos os animais.
Dizem os entendidos que há aves mais fáceis de criar do que os canários, eu penso que não é difícil, desde que se tenha espaço, gosto e paciência, principalmente no início.
Um dos primeiros problemas que surge é quando juntar os canários. Eles são muito influenciados pela duração do dia mas penso que também são sensíveis ao aumento das temperaturas. Eu tenho procedido à junção dos casais no final de Fevereiro.
Os meses de Março, Abril, Maio e Junho são os meses de criação.

Há basicamente dois métodos:
Um consiste em juntar o macho e a fêmea durante todo o ciclo, de forma a que ambos partilhem as tarefas como um "bom casal". É talvez o mais natural e deve ser posta em prática desde que não haja nenhum inconveniente.
O outro método consiste em retirar o macho no final da postura ou porque ele é agressivo e pode perturbar o choco, ou porque queremos aproveitar as boas qualidades do macho para juntar a outra fêmea. É necessário estar atento. Há machos que criam melhor os filhotes do que as próprias fêmeas e há fêmeas que abandonam o ninho se o macho for retirado.
O melhor é conhecer bem as aves e optar pela melhor solução para cada caso.

Alimentação de Canários
A alimentação influencia consideravelmente a saúde, a procriação e o crescimento de todos os animais, sendo esta verdade igualmente aplicada aos canários.

Uma boa ALIMENTAÇÃO é a que reúne todos os elementos indispensáveis a um equilíbrio de vida e aumenta a resistência orgânica das aves, conduzindo ao seu bom estado de saúde ou permitindo o seu restabelecimento rápido em caso de doença.
A base da alimentação dos canários é uma mistura de sementes, que se completa com verdura e fruta, papa de ovo, vitaminas e minerais.
A mistura de sementes pode ser obtida em estabelecimentos comerciais da especialidade, dependendo a sua eficácia da proporcionalidade dos grãos e da idoneidade do comerciante.
Há criadores que adquirem as diversas sementes em separado, fazendo posteriormente a mistura na percentagem que entendem ser a mais correcta. Existem ainda os canaricultores que dão as sementes aos seus canários em separado, isto é, cada variedade é colocada em recipiente individual. Este critério é baseado no desperdício de alimento que por vezes se verifica quando as aves deitam para fora dos comedouros grandes quantidades de sementes, ao procurarem as que são mais do seu agrado.
As sementes devem ser colocadas num só recipiente, diariamente, numa mistura proporcional que se tenha decidido adoptar. Uma vez por semana como guloseima em pequena quantidade e em separado, dar uma mistura de sementes gordas, a que os ingleses chamam "prato forte".
Indicam-se as sementes consideradas fundamentais para uma boa alimentação de canários, variando a sua proporção consoante as raças e os critérios do canaricultor:

ALPISTA,
NABO,
COLZA,
NÍGER,
AVEIA,
LINHAÇA,
CÂNHAMO e
PAINÇO.

Assunto melindroso é apresentar um modelo de mistura de sementes, pois os critérios não são unânimes, variando de criador para criador, não só nas espécies de sementes como na sua proporção, quando da mistura.


Doenças
Os canários, como qualquer ser vivo, estão expostos a doenças; no entanto, se forem bem tratados não são especialmente sensíveis a elas.
Geralmente as doenças levam mais tempo a evoluir do que a curar. Os canários mais velhos e os muito jovens são os que estão mais expostos a doenças na altura da mudança das penas. Mais do que em qualquer outro período; deverão evitar-se as correntes de ar e mudanças bruscas de temperatura. Devem manter-se de preferência a uma temperatura mais baixa e uniforme.
Na Primavera, ao começarem a comer vegetais, devem ser igualmente objecto de particulares cuidados.
Os sintomas exteriores de doença são os seguintes: o pássaro perde a sua vivacidade, fica muito quieto, como que inchado, com as penas abertas e os olhos sem brilho. Também uma gordura ou magreza excessivas, o abdómen muito encolhido ou distendido, as penas do pescoço sujas ou as narinas a supurar são sintomas certos de doença.
Um pássaro doente assenta sempre nas duas pernas quando dorme, enquanto um pássaro saudável apenas dorme sobre uma. Se um pássaro estiver a dormir sobre as duas pernas, pode considerar-se como um primeiro aviso pois trata-se de um sintoma que aparece sempre antes de os outros se manifestarem. Uma excepção constituem os pássaros ao sair dos ninhos, que nos primeiros tempos dormem sempre descansando sobre as duas pernas.
Os pássaros doentes devem ser isolados imediatamente. As gaiolas devem ser desinfectadas e cuidadosamente limpas. Na prática, é muito difícil dizer com segurança qual a doença de que o pássaro sofre. O
s sintomas de cerca de 30 doenças diferentes são mais ou menos os mesmos, tornando-se assim difícil a sua definição. O tratamento terá portanto de ser geral. Um pássaro doente deverá ter tratamento imediato, mesmo que apenas se notem sintomas insignificantes. O ataque rápido à doença pode muitas vezes salvar a sua vida, que em muitos casos 24 horas depois estaria perdida. Um remédio universal contra as doenças dos pássaros é o calor.
O pássaro doente deve ser imediatamente colocado numa gaiola de madeira, pequena, com uma placa de vidro na parte da frente. A gaiola pode ser aquecida, por exemplo, utilizando uma lâmpada ou uma resistência eléctrica.
Uma temperatura de 30/35 graus C será a indicada nos primeiros 3 dias, baixando-se depois gradualmente.
O calor e um preparado antibiótico - Aureomicina ou Terramicina - são em muitos casos a cura mais fácil. Põe-se na água de beber cerca de 1 cápsula de 50 mg. de um destes antibióticos para 1/2 litro de água. Repete-se este tratamento durante três dias seguidos, voltando a repetir-se passados dois dias, se não houver melhoras.
Os antibióticos também podem ser utilizados para combater doenças contagiosas. Os pássaros não deverão ter outra água para beber enquanto estiverem sob tratamento. Os pássaros que estão sujeitos a tratamento antibiótico deverão, nesse período, ter um suplemento de vitaminas, dado que os antibióticos destroem a flora bacteriológica dos intestinos.

Gaiolas
Os canários, em Portugal continental, são aves de cativeiro e como tal teriam poucas probabilidade de sobreviver se forem postos em liberdade. Como as aves passam toda a sua vida na gaiola, devemos fazer com que elas, se sintam saudáveis e felizes.
Uma regra importante é que o pássaro possa voar entre os poleiros o que será muito benéfico para a sua saúde.

É comum indicarem-se 4 tipos de gaiolas:

Gaiolas ários cantor
Gaiolas para criação
Viveiro
Gaiola-enfemaria

As gaiolas para canários cantores, são as mais pequenas. Destinam-se normalmente a alojar um macho sozinho. São indicados como mínimos 50 cm de comprimento, 25 cm de largura e 35 de altura. Muitas das gaiolas que se encontram à venda para este fim, custam pouco mais de 1000 escudos, mas são muito menores do que as medidas indicadas.

As gaiolas de criação existem duas variantes bem definidas: uma de quase totalmente de madeira só com grade na parte da frente e outra totalmente de grade. Nos dois tipos há possibilidade de dividir a gaiola ao meio quer para separar o macho da fêmea no início do acasalamento quer para separar as aves jovens até dominarem a técnica que lhes permite descascar as sementes. Já tenho visto gaiolas divididas a meio com duas fêmeas, uma em cada metade, mas o espaço é muito reduzido. Para a criação de canários de tamanho normal, poderão ser indicadas, como mínimo, as seguintes medidas: 60 cm de comprimento, 30 cm de largura e 40 de altura. Há quem prefira as gaiolas de madeira, "caixotes", porque isolam as aves e elas ficam mais tranquilas, eu tenho dos dois tipos, de madeira e de grades e não notei ainda grandes vantagens para qualquer uma delas.

O viveiro é uma gaiola grande onde são colocadas as aves jovens quando são separadas dos pais. Deve ser espaçoso para que as aves se desenvolvam fortes e saudáveis. Os poleiros devem estar bastante separados para obrigar as aves a voar entre eles.
A gaiola-enfermaria destina-se ao tratamento de animais doentes. Pode ser de madeira, bastante isolada e com aquecimento geralmente num fundo falso, pelo que deve ter um termostato.
Nem sempre as gaiolas mais bonitas são as mais saudáveis e práticas. São de evitar as gaiolas circulares.


Determinação do sexo
A determinação do sexo faz-se por observação da região anal, que no macho se eleva acima do nível do abdómen (espero aperfeiçoar a técnica mas engano-me frequentemente).
A melhor forma de fazer a separação dos sexos é através do canto. Normalmente só cantam os machos. Apesar de algumas fêmeas conseguirem cantar não têm nem intensidade no canto nem variedade como os machos. Se é fácil encontrar um macho pelo canto o mesmo já não se pode dizer das fêmeas. Um canário pode não cantar e ser macho. (Quando estão na mudança das penas os machos também não cantam).
Os criadores podem facilmente conhecer os seus canários. O contacto diário, a observação do comportamento e o facto de os machos começarem a cantar com pouco mais de um mês de idade faz com que os criadores possam marcar através de anilhas de cores diferentes os machos e as fêmeas sem qualquer margem de erro. Assim, a melhor forma de não sermos enganados no sexo dos canários é comprá-los directamente à pessoa que se dedica à sua criação (o que nem sempre é possível).







Sem comentários: